sexta-feira, 31 de maio de 2013

Irritado com o ‘cerco’ do PT, Eduardo Campos ameaça firmar pacto de 2º turno com oposição

É grande o incômodo de Eduardo Campos, presidenciável do PSB, com a tentativa de dirigentes e ministros do PT de "asfixiar" o seu projeto para 2014. Até bem pouco, o governador pernambucano dizia em privado que, na hipótese de não passar ao segundo turno da disputa, teria dificuldade de ficar contra a recandidatura de Dilma Rousseff. Seu discurso está mudando.

Eduardo agora afirma que, no afã de empurrá-lo para fora da pista, o petismo vai acabar empurrando-o para a faixa da oposição, por onde trafega o tucano Aécio Neves, seu amigo. "Esse pessoal parece ter esquecido que a eleição tem dois turnos", disse ao blog um dos operadores da pré-campanha do quase-ex-aliado de Dilma. Acrescentou que, em vez de demovê-lo da ideia de disputar, o cerco do PT potencializou sua vontade de entrar na briga.

A caciquia do PSB continua apostando numa sucessão em dois rounds. Como todo mundo, Eduardo e seu grupo avaliam que Dilma estará na segunda fase. Mas já não a consideram imbatível. Acham que as debilidades da economia a fragilizam. E tentam se aparelhar para ocupar o pólo alternativo. Já contavam com a reação do PT. Porém, acusam os partidários de Dilma de passar dos limites.

Na visão de Eduardo Campos, as fronteiras do razoável foram ultrapassadas em pelo menos dois pontos. Num, governadores e prefeitos do PSB são estimulados a dissentir dos planos de Eduardo, constrangendo-o. Noutro, partidos do condomínio governista são desestimulados de negociar com o PSB a formação de uma aliança que dê a Eduardo o que lhe falta: tempo de televisão. Nos dois casos, a pressão ocorre contra um pano de fundo que inclui ministérios e cofres.


Josias de Souza

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